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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um dia doente

Hoje estou doente e pareço mesmo uma criança deitada no sofá, sem vontade de fazer nada. O telefone já tocou duas vezes e não o fui atender, tenho saudades de quando estava assim tu cuidavas de mim. Trazias-me o pequeno almoço à cama e o leite vinha sempre muito fervido porque sabias que era mesmo assim que gostava dele. Metias um pouco de chocolate e quase nada de açúcar dizias que assim não fazia tanto mal. Depois preparavas-me uma sandes de queijo e fiambre, cortavas-a em duas partes e por fim sentavas-te ao meu lado e dizias " aqui está espero que esteja bom " dizias isso em todas as vezes que o fazias, e estava sempre óptimo. Observavas-me até terminar o doce lanche e no fim levavas as coisas para a cozinha e deixavas sobre a bancada de mármore. Nunca lavavas a loiça porque não gostavas que os teus dedos delicados ficassem velhos, era essa a explicação que me davas.
Deitavas-te ao meu lado e fazias-me festas nos cabelos, apreciavas-os e elogiavas dizendo que eram os fios de cabelo mais belos que alguma vez tinhas tocado. Os teus lábios suaves e delicados tocavam nos meus e a tua mão direita entrelaçava-se na minha e ficavam juntas por longos minutos. Eras como um medicamento e sabias perfeitamente que depois de tudo aquilo eu ficaria ligeiramente melhor, pelo menos com um sorriso brilhante no rosto. Se me deitasse para o lado oposto do teu, enrolavas o teu braço em torno da minha barriga e a tua cabeça ficava encostadinha aos meus ombros. Gostavas de estar ali comigo, e só saias para ir trabalhar se eu ficasse a sorrir para ti durante vários segundos. 
Agora aqui estou eu mesmo doente, e sem ti não vou ficar boa, talvez se me telefonasses passa-se um pouco, e depois se te preocupasses outro pouco eu ficasse mesmo curada desta horrivel constipação.

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