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sábado, 18 de outubro de 2014

Beijos com barulho

Não percebo porque é que a sociedade insiste em cumprimetar-se com beijos na cara. Beijos com barulho na verdade, não nos dizem nada, muito despachados acompanhados de uma palavra de saudação, ou um 'estás bem', vindo todas as vezes não por preocupação mas sim por interesse porque se solicitares que essa pessoa se sente na tua mesa de café para desabafares ela marca um dia, e nem sequer se vai recordar. Na verdade já ninguém se preocupa com nada a não ser em saber mais e mais novidades sobre a vida de outro.Querem respostas rápidas com esses beijos, do género, 'estou muito mal da barriga e não dormi esta noite', os seus olhares recusam conversas longas cheias de desilusões ou mesmo de alegria. Já não interessa como realmente nós estamos, como passá-mos e como está o rumo da nossa vida.
Sou da opinião que os beijos com barulho devem ser recusados, que ninguém vive de beijos na cara, prefiro que me sorriam, de um sorriso eu tiro qualquer coisa, fico bem disposta quando alguém me sorri. Num sorriso eu consigo descobrir interesse e encontrar um bom lar para sentar e conversar, secar o organismo de tanto chorar, ou então segurar a barriga de tanto rir. Sorrisos boémios, cheios de mágia, que nos transmitem empatia e segurança, como se acompanhado de um sorriso viesse o 'espero que estejas feliz'. Quem nos sorri com estes sorrisos, procura que esteja-mos bem, procura um sorriso, ao contrário dos beijos barulhentos que mal nos chegam a tocar na cara, tão parecidos com as idosas, que já só mesmo se interessam por isso, fazer barulho.
ah... eu gosto é de sorrisos silênciosos que me tocam na alma.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O que aos poucos se vai

Com o tempo percebi que por mais que faça, por mais que lute, por mais que chore, não vou ser mais para ti do que aquilo que sou agora. Sinceramente já não sei se isso me dói ou se isso me acalma, pois tenho tudo menos certezas da maneira como me olhas.
Aos poucos deixo de saber de nós, embora o meu amor por ti seja da mesma intensidade, o teu olhar continua a aquecer-me a alma e a tua respiração embala-me num sono profundo, sono esse que jamais faria sem ser no teu colo. Aos poucos a paixão vai diminuindo, o amor pode sumir, contudo a loucura fica, já te disse, eu sou louca por ti, e mesmo que as atitudes de ambos possam destruir aquilo que eu sinto, essa loucura fica comigo e contigo, no dia em que cruzar-mos a mesma rua e baixar-mos a cabeça, essa loucura vai ficar até eu adormecer e quando eu acordar ela ainda vai lá estar, vou estar sempre em busca de algo que seja teu, ou em busca do teu coração.
E aos poucos se vai o que eu sonhava para nós, é como se o céu ficasse mesmo já aqui e por mais perto que eu me sinta, não lhe consigo tocar. Não consigo deixar de ficar triste por isso, não consigo parar de chorar por dentro como se algo vivesse a derrubar-me...O destino é de quem confia, deixou de existir um destino para nós dóis, pois eu sei que a confiança que eu tinha em ti não é a mesma, estou sempre desconfiada que me vais magoar no próximo passo, então, fecho os olhos e respiro fundo, repito para mim mesma que não é nada de revelante e tento parecer a mesma, contudo estou ao contrário, de pernas para o ar e o coração está a sair-me pela boca.
E aos poucos tudo se vai, nós só vamos dar conta disso, tarde demais.