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sábado, 28 de janeiro de 2012

Queixume

Queixume disto e daquilo. De tudo e de todos e ás vezes de ninguém. Queixume de ti e da tua forma de pensar. Das coisas que prometes-te e nunca cumpriste. Queixume dos pais que tenho, por vezes mínimas que ralham comigo apenas para me fazer crescer. Queixume dos meus avós e dos meus tios por quererem por mais juízo na minha desorientada cabeça. Queixume das minhas irmãs e dos brinquedos espalhados pela casa. Do barulho dos vizinhos. Queixume das pessoas pobres, queixume dos assarapantados. Queixume do país estar desta maneira. Dos professores serem tão rígidos, das auxiliares tão irritantes.
De manhã sou capaz de me queixar por não ter roupa para vestir, das horas, do pequeno-almoço, do dono do café, das pessoas que bocejam sem a mão á frente da boca, da minha mãe conduzir de vagar. Depois queixume dos auxiliares não saudarem com bom dia e dos professores começarem as suas manhãs a berrar. Queixume das crianças a correr pelos corredores da escola, e do bar nunca ter nada que se coma. Queixume dos rapaz serem parvos e não terem mínima cultura. Queixume da minha melhor amiga que ás vezes é tão estúpida como eu. Queixume dos textos que escrevo, das músicas que oiço e torno a ouvir. Queixume de haver mortos, de haver fome e bullying espalhado pelo mundo. Queixume dos meus amigos não me compreenderem e de não ter amigos como gostava. Queixume de me queixar e de nunca ninguém estar satisfeito com nada.

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